- Canto 1:
A Odisseia, como eu disse anteriormente, trata do retorno do varão Odisseu. É importante saber que Odisseu é conhecido como um homem astucioso, é o herói do verbo, aquele que convence as pessoas com seus discursos. Em latim, Odisseu é caracterizado como POLYTROPOS. E essa palavra é muito interessante...dá margem pra uma boa análise:
Polytropos: muitas voltas.
1º interpretação: Odisseu é polytropos, porque é capaz de dar "a volta" nas pessoas, de se livrar de problemas, ou de conseguir o que quer pelo poder da palavra, do discurso.
2º interpretação: odisseu passa por muitas voltas antes de ir pra casa (como quando fica preso por Calipso, ou quando passa pela tempestade, quando vai para o palácio dos feácios, quando quase é morto pelo Polifemo, etc).
Então, esse polytropos, dá margem tanto pra caracterizar o próprio Odisseu, quanto pra caracterizar aquilo pelo que ele passa enquanto tenta regressar.
Homero invoca a Musa. Ela é importante porque é através dela que ficamos sabendo aquilo que o autor não viu nem poderia ter visto. Em uma postagem anterior, foi dito que o autor parece estar a par de tudo que aconteceu, como se realmente tivesse presenciado. Então, tudo bem, ele até pode ter visto, o Odisseu lá na terra dos feácios conversando com o rei Alcínoo e tudo mais, só que seria impossível ele saber o que se passava no Olimpo, e o que os deuses conversavam, por isso, a Musa é essencial).
Na página 35, aparece a palavra aedo. Um aedo, é um homem que canta a poesia (porque nessa época ainda não havia a ideia de de escrever a poesia, era tudo cantado pelos aedos). O aedo é quem imortalizava os feitos dos homens.
A Odisseia, é um Nostos (um canto de regresso) e a Ilíada é uma erga (canto de feitos, guerra).
Isso é o mais relevante, em quesito de análise, do canto 1.
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