Eneida do Carlos Alberto Nunes:
pág20, versos 12-15: ele fala do trabalho das abelhas. Isso aqui é uma símile: ele compara o trabalho dos homens com o trabalho das abelhas, com algo presente na natureza. As abelhas construindo sua colmeia, é como os homens construindo os muros de cartago. As abelhas estão relacionadas com a produção do mel (=doce), que remete à ideia de poesia. Ou seja, os poetas, assim como os trabalhadores de cartago, também podem ser visto como abelhas, porque mesmo que não construam muros, constroem versos.
Eneias se reconhece nas pinturas da muralha de Cartago. Ela retrata a guerra, e a queda de Troia. Ou seja: na muralha, está retratada a queda de outra muralha (a de Troia). É importante entender, que a muralha é a característica mais importante da cidade: quando o muro cai, também cai a cidade. Quando Dido se apaixona por Eneias, ela cessa a construção das muralhas. E quando ela morre, a cidade fica descordenada, e cai. Ou seja, o amor de Dido por Eneias, já era um indício de que a cidade iria cair. E Cartago precisava cair para que Roma fosse construída (isso porque Eneias precisava partir para cumprir sua missão de fundar Roma, e ele ter partido foi o motivo de Dido se matar, que foi a causa de Cartago ter desmoronado de vez). Troia também cai por causa do amor: o amor de Páris por Helena.
pág 27, versos 740-743: o aedo Iopas canta os astros. É uma referência à poesia didática (que antes não tinha tanta importância). Então por que agora ela ganha importância? Porque no helenismo eles gostam de provar que conhecem o máximo de coisas possíveis, numa versão quase desconhecida, e gostam de provar sua capacidade de fazer poesia. Então é como se dissessem "É muito fácil fazer poesia falando de elementos que naturalmente já são poéticos, como o amor. Quero ver fazer poesia sobre os astros, sobre agricultura...poeta mesmo é o que transforma matérias não poéticas em poesia".
pág 69, ultimo parágrafo: o fim do parágrafo, as últimas palavras são "ao repouso recolheu-se". Veja o seguinte: o dia acaba, assim que acaba o canto 3. E o canto 4 começa com o raiar do dia. Ou seja, é como se o poeta tivesse o controle editorial, porque aqui sim tem a organização em forma de livro. Tudo é organizado bonitinho.
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