sábado, 8 de junho de 2013

Já tratamos de Arquíloco, Hipônax, Calímaco, agora vamos falar de Catulo com mais detalhes. Ele fez um poema com 116 iambos, divididos de tal forma:

do 1 ao 64: multiplicidade de metro, polimetria
do 64 ao 116: monométrico (dístico elegíaco).

Ao escrever ele usa a expressão Carmina Battiadae, tanto no início quanto no fim da segunda parte do livro, e essa expressão se refere a Calímaco. Ou seja, ao usar esses termos, ele mostra qual poeta tomou como modelo principal.

O poema 40 de Catulo é escrito em hendecassílabo falécio, porque esse metro foi usado por Calímaco em seu 14º poema. Seus poemas que possuem a palavra "iambo" são escritos em hendecassílabos. Aqui, mais uma vez ele mostra seu modelo. Ele não usa nem o coliambo nem o trímetro iâmbico, pois seus modelos não são Hipônax nem Arquíloco.

No seu poema 16 ele faz invectiva a dois homens, que são caracterizados como bicha e chupador. Estão sendo criticados porque fizeram leitura biográfica dos poemas de Catulo, ou seja, como se ele estivesse retratando sua vida particular. O poeta então diz que ele próprio deve ser correto, honesto, probo, mas que a poesia é livre, e que o vocabulário usado, e os temas abordados são pensados de tal forma para produzir o riso, já que esse é o intuito da poesia iâmbica, que é uma poesia baixa. Além disso, ele diz que esse tipo de poema não é escrito pra qualquer tipo de pessoa. É escrito pra pessoas maduras, não é o tipo de poema que se lê com um irmãozinho, filho ou algo do tipo. É para adultos, pessoas mais velhas. Pode-se perceber então, que Catulo critica os dois homens que fizeram a leitura biográfica, é como se ele, por seus argumentos, estivesse dizendo que eles são imaturos ainda para perceber o propósito dessa linguagem e tema, que fazem uma leitura infantil. A poesia é programática, tem um modo certo para ser lida.


No poema 36, Catulo critica um poeta que escreve demais. Ele faz parte da escola Calimaquiana, ou seja, preza a brevidade (não sei se já mencionei, mas Catulo diz que "um grande livro é um grande mal", ele é contra aqueles livros imensos). Esse poema é feito a um poeta chamado Sufeno. Esse cara tinha muito dinheiro, seu material era todo de primeira, tinha coisas de ouro..e ele não economizava nada. Escrevia livros muito grossos. Então, o poeta vai e critica...falando que ele é metido, que quer mostrar tanto que tem dinheiro para esbanjar mas que não cuida de seus versos, que escreve poesia ruim e sem conteúdo. Aqui, dá pra ver tanto a crítica aos livros extensos, quanto aquela ideia típica da poesia iâmbica de que o poeta é pobre...que ele não acumula bens, não é vicioso, e por isso tem moral para criticar os outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário