Inda perguntas, pútrida de longo,
o que enfraquece os meus colhões,
quando tens dente preto e uma velhice
antiga
escava teu rosto com rugas
e se abre na mirrada bunda torpe fosse,
qual cu de vaca diarréica!
Mas teu peito e teus seios me excitam,
tal como as tetas de uma égua,
e a flácida barriga e as coxas macilentas
à inchadas pernas unidas.
Sê tu feliz, e que as imagens triunfais
ao funeral, ao teu, precedam,
nem haja esposa que caminhe carregada
de perlas mais arredondadas.
Quê? Porque o livrinho estóico adora se
deitar
nos coxinzinhos de cetim,
meus iletrados nervos menos se enregelam?
E menos broxa o caralhaz?
P'ra que o convoques das virilhas
arrogantes,
deves co'a boca trabalhar.
comentário: Então, ele começa descrevendo a velha:
feia, com o rosto coberto de rugas, bunda mirrada e com diarreia constante.
Nessa época, a bunda era uma parte do corpo valorizada, assim como as pernas...
sabe o Odisseu, que é mencionado nos livros como o "varão astucioso"?
Pois é. A deusa do amor, também era chamada de "bela bunda". Já que a
poesia iâmbica vitupera as pessoas, nada melhor do que rebaixar as pessoas
usando essas partes que valorizadas na época. Então, eles falavam que certa
pessoa tinha pernas feias, sujas e que a velha tem bunda caída e mirrada, etc.
Ele, depois, deseja a morte da velha. Quando descreve seu funeral, fala de
imagens, enfeites...o que traz a ideia de que ela é alguém rica e poderosa.
Mas aí vem a parte legal: ele fala de um
livrinho estóico que ela põe na cama. Esse livro é de filosofia, mas não
é qualquer filosofia. Ela é daquele tipo que considera o amor uma doença,
loucura. Então é o seguinte: ESSA VELHA É TUDO DE RUIM. Ela é acabada pra
caramba, não atrai ele nem um pouco, e ainda por cima lê um tipo de filosofia
completamente broxante. Mas ela não lê escondida, de tal forma que só ela
saiba...ela deixa lá na cama (pra tentar pagar de culta...de que lê filosofia),
mas tem um efeito contrário, porque ela acaba sendo totalmente inadequada. Daí,
ele ainda fala o seguinte: "De quê adianta você ler tanto, se o que tem
por fora não me excita? Não é o seu conhecimento que vai convocar meu
caralhaz". E no penúltimo verso ele ainda usa uma ironia básica:
arrogância geralmente nos faz pensar em alguém "nariz empinado", que
olha as pessoas do alto...mas o pênis dele não tem como ser arrogante, já que
não pode olhar do alto porque não consegue ficar ereto.
No fim, ele diz pra ela fazer sexo oral, que seria a única forma
de resolver o problema...porque ele não teria que olhar seu rosto e todo o
resto.
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